A expressão idiomática “stopping power” (poder de parada) foi utilizada por ninguém menos que o legendário general norte-americano Julian Sommerville Hatcher, que criou a teoria do “Relative Stopping Power” e uma fórmula matemática segundo a qual é possível medir o poder de parada.

A expressão é referendada, ainda, pelo mundialmente respeitado especialista em armas de fogo e munições e instrutor de combate Chuck Taylor, que possui 5.000 artigos e quatro livros publicados, além de três colunas em revistas. Taylor é "ranger" e paraquedista - acumula as duas especializações -, tendo sido condecorado no Vietnã, onde lutou por dois períodos, e possui, outrossim, os cursos de SWAT e contraterrorismo. Como esportista, Chuck Taylor compete na modalidade IPSC, participando da equipe internacional do "US Team". Diretor-fundador do Small Arms Academy, Taylor tem ministrado cursos a um número imenso de profissionais das áreas militar e policial de diversos países, entre os quais as tropas de elite da Bélgica e da Suíça, e criou um vasto número de métodos de treinamento e combate que renderam a ele o reconhecimento internacional unânime. Chuck Taylor elaborou uma versão atualizada da fórmula do general Hatcher para o cálculo do “stopping power” e fez comentários muito lúcidos sobre poder de parada no artigo “A Hardlook At Handgun Stopping Power”.

Massad Ayoub, o mais afamado especialista mundial em armas de fogo e munições do planeta Terra, em artigo para a revista “American Handgunner”, comenta a loucura em que se transformou a discussão sobre “stopping power” nos últimos anos e se mostra francamente favorável à dupla Eve Marshall e Ed Sanow, doentia e criminosamente caluniados pelo escroque estadunidense Martin Fackler.

Ayoub referenda no artigo “Stopping Power Debate” várias medições estatísticas feitas por Marshall e Sanow, demonstrando como estas prevaleceram sobre as previsões do pobre Fackler.

A expressão “stopping power” é referendada, ainda, pelos professores-doutores Amy Courtney (PhD em Medicina) e Michael Courtney (PhD em Física), assim como os estudos de Marshall e Sanow. O casal Courtney estuda as causas do “stopping power”, e não a existência da incapacitação rápida, posto que esta é empiricamente comprovável e não precisa ser provada. Não está em debate também se são provocadas ondas de choque ou não quando alguém é alvejado com um tiro de arma de fogo, mas apenas que tipos de ondas se formam e como estas provocam a incapacitação rápida. É óbvio que projéteis de armas de fogo causam efeitos sobre alvos moles (corpos humanos) por uma região muito maior que a da cavidade permanente, e que tais efeitos se expandem em ondas, fato que o vídeo seguinte é suficiente para demonstrar:


http://www.youtube.com/watch?v=gin5bLllNG4 .


Os professores-doutores Courtney trabalham, pois, com a teoria da Onda de Pressão Balística e com a sólida teoria do Choque Hidrostático .

Assim, a expressão idiomática “stopping power” tem uma longa e prestigiosa história de emprego técnico e científico, e vem sendo cada vez mais utilizada por especialistas e cientistas, e isso é um fato, não tem como ser contestado.

Entrementes, seja qual for a expressão escolhida para tratar o assunto, o fundamental é ter em mente que projéteis de munição não perfuram tecidos à maneira de instrumentos pérfuro-cortantes, como facas, estiletes e espadas, com o mínimo de atrito, mas ao contrário, causam efeitos ondulatórios poderosos, que se expandem por uma região muito maior que a da PAF, logo não se pode pensar sobre a sua eficiência ou não levando em conta apenas o seu poder de perfuração.

Igor Buys
mat. 11.455 – JUSTIÇA FEDERAL
mat. 2182 – Sindicato de Escritores/RJ

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Texto originariamente escrito para a comunidade do GRT - Grupo de Resposta Tática, que fui convidado pelos policiais a mediar.


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Transcrição:


Trajeto do projétil: Deve ser diferenciado da trajetória do projétil (que pertence à balística externa: fora da arma, mas também fora do alvo). O trajeto representa o caminho, reto ou não, seguido pelo projétil dentro do corpo. Não havendo orifício de saída, estende-se desde o orifício de entrada até o fundo-de-saco onde se aloja o projétil. Pode ser único ou múltiplo (quando o projétil único se fragmenta, ou quando o cartucho apresenta projéteis múltiplos, e.g. cartuchos de caça, munição “Glaser”), perfurante, penetrante ou transfixante (rever estes conceitos em “Lesões de Armas Brancas”).

Trata-se de um verdadeiro túnel escavado pelo projétil, durante a sua penetração, às expensas da energia transferida aos tecidos ao seu redor, que são primeiro comprimidos centrifugamente, criando uma cavidade temporária, para voltar ao normal após a passagem do projétil, ao longo do seu percurso, e que se traduz como um túnel equimótico ou hemorrágico, que se inicia com a orla de contusão ou orla equimótica, na superfície do corpo, ou pelo halo hemorrágico visceral de Bonnet, nas vísceras internas, ensejando a hemorragia em “T”, de Piedelièvre.

Cavidade Permanente – é o orifício ou túnel permanente deixado no alvo pela passagem do projétil. É produzido pelo efeito esmagador (pressão) e cortante (laceração) do projétil. Dependendo do “desenho” do projétil, a cavidade permanente pode ser bastante larga, em diâmetro ou difícil de ser vista. Os menores orifícios são produzidos pelos projéteis ogivais ou arredondados não-expansivos e que não apresenta grande precessão e nutação.

[...]

Trajeto do projétil [em calibres de alta energia]: O caminho, reto ou em zig-zag, dependendo do ricochete, seguido pelo projétil dentro do corpo encontra-se rodeado por uma zona de necrose e laceração, por fora da qual há uma intensa infiltração hemorrágica.

A grande quantidade de energia liberada no sentido centrífugo, leva a uma aceleração radial dos tecidos atravessados, formando-se, assim, a cavidade temporal, cujo diâmetro instantâneo é muito maior que o diâmetro do trajeto definitivo. Este movimento centrífugo persiste até o exaurimento por transformação de toda a energia cinética em energia elástica, quando a cavidade temporal atinge seu diâmetro máximo.

Logo a seguir, a energia elástica se transforma, novamente, em energia cinética e os tecidos, agora, são acelerados em sentido centrípeto, o que determina o colabamento da cavidade temporal. Gera-se, assim, uma nova pressão positiva, ao longo do trajeto, repetindo-se, novamente, o processo todo, sob a forma de ondas pulsáteis: fases sucessivas de expansão e colabamento da cavidade temporal (“pulsação da cavidade”), de amplitude paulatinamente decrescente ao longo do trajeto. O volume da cavidade temporal é proporcional à quantidade de energia cedida pelo projétil ao atravessar o corpo, que será tanto mais elevada quanto maior seja a velocidade do projétil.


Este mecanismo explica a elevada lesividade dos projéteis de alta energia (alta velocidade), sendo certo que os tecidos mais próximos ao trajeto sofrem, de forma mais direta, os efeitos da pulsação, gerando a zona de laceração ou zona de esfacelo, ao passo que os tecidos mais afastados e, via de conseqüência, menos afetados ensejam a formação da zona de hemorragia, periférica.


Fonte e texto completo:
http://gpoic.wordpress.com/2010/02/22/instrumentos-perfuro-contundentes/



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Respondendo a essa indagação que me foi feita...




"Nenhuma energia está movendo um corpo à velocidade de 300m/s".



Errado: o movimento de um corpo (in casu um projétil) a 300m/s deve-se ao fato de ter sido transferida a este a energia em questão, que não “desaparece”, não “se perde”, mas apenas (1) se transforma em outra forma de energia, como, por exemplo, calor (energia térmica) ou (2) é transferida a outro corpo. Assim, o projétil em movimento está carregado de energia cinética.

“Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, dizia Lavoisier e, antes dele, o russo Mikhail Lomonosov. A quantidade de energia presente em um sistema [isolado] conversa-se até ser transferida a outro sistema ou, se não, transformada. Eis o princípio da conservação de energia que, no modelo físico newtoniano, remete à primeira Lei de Newton, ou Lei de inércia: “Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare” (Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja impelido a mudar tal estado por forças aplicadas sobre ele). A força aplicada a um corpo gera um movimento que não se esgota de per-si, mas apenas se altera mediante a ação de outra ou outras forças.

Voltando à primeira sentença deste post, o projétil movendo-se rumo ao alvo está carregado de uma energia Ec dada pela fórmula Ec = m.(v.v)/2, que é “gasta” para romper a elasticidade do ar atmosférico e vencer a influência da gravidade. Neste trabalho, a energia em questão se transfere ao ar, gerando ondas de choque – partículas gasosas se chocam umas contras outras até certa distância do cone formado pela passagem da bala – e um zumbido, o qual se propaga em ondas sonoras.

Na sua interação com o alvo, o projétil transfere essa energia, “gastando-a” para produzir as cavidades temporária e permanente, a “força” inercial centrífuga que comprime os tecidos, a deformação e a eventual fragmentação do próprio projétil, além de ser gerado algum calor.

Então, para que ninguém esqueça:


A energia cinética é a energia que um sistema possui em virtude do movimento das partículas que o constituem, em relação a um referencial adotado.



Respondendo a mais essa indagação feita a mim...




“Energia cinética é a medida do trabalho necessário para acelerar um corpo daquela massa até àquela velocidade, e não faz sentido falar nisso nesse caso se não está se falando de nenhuma outra variável, deslocamento ou tempo.”



Energia cinética não é medida de trabalho. Trabalho é uma outra grandeza escalar dada pela fórmula: W = m.v’’/2 - m.v’/2 ; onde m corresponde a massa de um corpo, v’e v’’ aos módulos da sua velocidade nos pontos inicial e final, respectivamente.

Trabalho é, de fato, a variação de energia entre dois pontos ou dois conjuntos de pontos, i.e. – trabalho é a medida da energia transferida por uma força. Destarte, falar-se em trabalho é exatamente o mesmo que falar-se em transferência de energia.


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Eu não sei exatamente porque esse modelo do alvo de papel impressiona tanto você. O modelo não é difícil de interpretar, pelo contrário: é extremamente simples, o que quase chega a complicar a resposta.


Interpretando o modelo.


Bem, um projétil de .45ACP CBC CSCV, por exemplo, com 200 grains (13 gramas) de massa e velocidade de 290m/s à boca do cano, aplica ao alvo um momento de força da ordem de 3,77 kg.m/s.

No nível atômico, dá-se que as ligações eletrônicas que mantinham os átomos do material unidos na posição original foram rompidas e, neste caso específico, por conta da pouca espessura do alvo, foi praticamente nulo, ou igual a zero, o coeficiente de restituição observado, permanecendo a aceleração [de sinal negativo] da velocidade de afastamento igual a da velocidade de aproximação. Uma vez que não houve restituição mensurável, -- ou força de reação de sinal negativo cognoscível, em termos teóricos, através da Terceira Lei de Newton -- exercida por parte do material em que é fabricado o alvo, também não houve a formação de ondas de choque em sua superfície, i.e., as moléculas atingidas não colidiram com as vizinhas, as quais teriam repetido essa transferência de energia num efeito dominó: elas simplesmente foram arrancadas de sua posição inicial sem nenhuma resistência mecânica observável por parte do papel como esta é entendida à luz da mecânica dos sólidos deformáveis. Destarte: as moléculas do material que não foram diretamente atingidas no choque não mudaram de posição.


Diz-se, então, que houve muito pouco trabalho mecânico sobre o alvo ou, noutros termos, que houve pouca – ou virtualmente nenhuma -- transferência de energia para este.




Comparação entre modelos e conclusão.


Comparemos, agora, o modelo inicial a outros. Por exemplo, imagine você que se lance uma bola de bilhar contra o alvo em questão com a força do braço de um indivíduo forte: a bola causará maior estrago sobre o papel que o projétil de .45ACP. Já se lançarmos a mesma bola e dispararmos o mesmo projétil sobre o peitoral de um homem adulto, observaremos boa transferência de energia em ambos os casos, porém com trabalhos de características diversas e resultados fisiológicos parcialmente diferentes.

Se jogarmos a bola contra a blindagem de um tanque de guerra e, em seguida, disparamos um tiro de .45ACP sobre o mesmo alvo, nenhum dos dois eventos implicará em grandes estragos para o material da blindagem. Apenas o projétil de .45ACP sofrerá grande deformação plástica neste modelo. Já se lançarmos a bola e atirarmos com uma Imbel .45 em duas garrafas d’água idênticas, teremos nível semelhante de trabalho, ou seja, de estrago definitivo sobre o material das garrafas.

Da comparação entre os modelos, percebe-se que os níveis vistos de estrago, ou de trabalho mecânico, ou, ainda, de energia transferida são diferentes, pois os efeitos das interações entre corpos dependem das naturezas dos corpos envolvidos, i.e., de tudo aquilo que cada corpo envolvido tem potencial de causar ao outro.


Finalmente, o papel do alvo, na espessura em questão, não tem praticamente nenhum potencial de parada sobre o projétil de .45ACP – e não o inverso – e eis o motivo do pouco trabalho mecânico verificado.




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Fiquei devendo esta resposta antes de viajar.




Isso é simplesmente a fórmula para conservação de momento...

m1vi1 + m2vi2 = m1vf1 + m2vf2

E portanto:

Vf = (m1vi1+m2vi2)/m1+m2

Então, para o .45 ACP com massa de 15g, movendo-se a 250m/s e um corpo de 80kg:

Vf = (0.015*250 + 80*0) / 80.015 = 0.0468 m/s


Simples, entendeu?



A fórmula em questão não se aplica a nenhuma interação entre projéteis e corpos humanos (alvos moles). O modelo pressupõe que o corpo atingido se moverá por inteiro numa mesma velocidade e o que caracteriza os alvos moles é exatamente o oposto: num exemplo em que o projétil penetre o alvo a 290m/s, transfixando deste a 190m/s, ter-se-á que todas as células de tecido fisiológico diretamente atingidas pela energia do disparo se moverão a velocidades inseridas dentro dessa mesma faixa -- entre 290m/s e 190 m/s.

Destarte, nem uma única célula de corpo atingido por projétil de munição a 250m/s se move a velocidade baixa da ordem da que o modelo em tela procurou demonstrar.

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" Mago Invisível,
Responda-me, no tocante ao seguinte video:

Cade o (1) choque hidrostático???
.
Cade a (2) cavidade temporária???
.
Cade a (3) onda de pressão balística???"
.
.




Choque hidrostático sempre ocorre, quando um tecido preenchido por líquidos é atingido por um projétil de arma de fogo. Cavidade temporária sempre ocorre, quando um tecido mole é atingido por um projétil de munição. Entrementes, estes efeitos dinâmicos necessários da interação projétil corpo humano não implicam sempre na parada do agressor, sua incapacitação rápida, ou na sua morte.

Há evidências médicas contundentes em relação a hemorragias cerebrais, incapacitação rápida e morte decorrentes do choque hidrostático causado por tiros com armas leves dados no peito, mas, não na parte baixa do abdômen.

Um texto imprescindível sobre isto é o que se seque, a despeito de a fonte ser popular, a Wikipedia, pois quem postou lá tal conteúdo certamente foi pessoa extremamente abalizada.

The term hydrostatic shock describes the observation that a penetrating projectile can produce remote wounding and incapacitating effects in living targets, in addition to local effects in tissue caused by direct impact, through a hydraulic effect in liquid-filled tissues.[1][2] There is scientific evidence that hydrostatic shock can produce remote neural damage and produce incapacitation more quickly than blood loss effects.

[...]

Human autopsy results have demonstrated brain hemorrhaging from fatal hits to the chest, including cases with handgun bullets.[4] Thirty-three cases of fatal penetrating chest wounds by a single bullet were selected from a much larger set by excluding all other traumatic factors, including past history.





Tradução improvisada feita por mim, há poucos dias
:

O termo choque hidrostático descreve a observação de que a penetração de um projétil pode produzir ferimentos remotos e efeitos incapacitantes em alvos vivos em adição aos efeitos locais em tecidos causados pelo impacto direto, através de um efeito hidráulico em tecidos preenchidos de líquido. Há evidências científicas de que o choque hidrostático pode produzir dano neural remoto e incapacitação mais rapidamente do que a perda de sangue.

[...]

Resultados de autópsias em humanos têm demonstrado hemorragia cerebral após tiros fatais no peito, incluindo casos com munições de armas curtas. Trinta e três casos de perfurações fatais no peito por um único projétil foram selecionados de uma amostragem muito mais ampla, de sorte a excluir todos os outros fatores traumáticos, inclusive histórico passado.

Fonte / texto completo: http://en.wikipedia.org/wiki/Hydrostatic_shock .


Ondas de pressão balística


No sítio cujo link segue abaixo, há algo sobre ondas de pressão balística, que são utilizadas em tratamentos de saúde. Vale apenas conferir que tais ondas não são decorrentes apenas de projéteis de munição de armas de fogo, a despeito do que a expressão "pressão balística" possa fazer parecer.

- http://www.hmtbr.com.br/ondaschoque_ondaspressao.html .


A formação de ondas de pressão decorrentes da ação da interação de projéteis de armas de fogo com corpos humanos é algo que está sendo investigado há pouco tempo e sobre que se sabe pouco ainda, mas há vários professores-doutores -- os PhD, ou "Doctor of Philosophy", conforme a estrutura jurídico-administrativa educacional de alguns países -- estudando o assunto.


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Desmascarando um farsante.


Para quem ainda não percebeu, o "troll" oficial aqui é esse cavalheiro que não conhece rigorosamente nada de armas de fogo, munições ou balística, haja vista, por exemplo, dizer que o calibre .357 Magnum tem como única vantagem em relação "ao melhor .38 Spl" o alcance efetivo:



O Pedro desconhece completamente o assunto sobre que escreve. Ele não detém conhecimentos sequer medianos sobre balística propriamente dita. Tudo o que faz é "rodar baiana", insinuar que este e aquele tópicos pertencem a ele, escrever fórmulas que nada têm a ver com o assunto em questão no momento e empreender outras semostrações vazias... Se chegou a enganar alguns, foi porque os pegou desprevenidos, tem cancha em fazer isso, e porque, provavelmente, estes nunca leram o que ele escreve. Eu mesmo só vim a ler coisas como essa do print agora.

Não tenho nada contra o cavalheiro, apenas sou membro dessa comunidade há anos, vejo este tópico, com seiscentas postagens subir, eu que tenho conhecimento e um trabalho sobre o assunto em desenvolvimento, e posto aqui, naturalmente. Não é problema meu se ele conhece ou desconhece, e eu jamais me daria a comentar o fato, se não me assediasse dessa forma. Também não é problema meu se a comparação o massacra e o faz sofrer tanto... Eu não tenho nada a ver com isso.

"[...] porque ao atingir o corpo, os dois [.357Magnum e .38 Spl] têm praticamente o mesmo efeito".


O efeito balístico terminal do .357 Magnum é imensamente diferente do efeito do melhor .38 Spl. A quantidade de movimento e o nível de energia cinética são imensamente maiores no .357 Magnum. Qualquer adolescente que visite esta comunidade há anos sabe disso... Demanda apenas o mínimo de inteligência propriamente dita -- inteligência e não malícia, é claro -- saber diferenciar esses dois calibres.


Eu me contradigo? Onde e quando?...



Depois de tanto tempo dizendo que poder de parada ("stopping power") não existe, de repente, o prezado colega Pedro se desmente dessa forma e, cinicamente, diz que não se contradisse, quem se contradiz sou eu... eu é que sou polemista sem argumentos e "troll":



Quem não leu o Pedro alegando que "stopping power" não existia, inclusive, neste tópico aqui, que tem este título por conta das idéias que ele trouxe para este fórum:





Sugiro que o pessoal leia o que o Pedro já escreveu neste fórum
, só isso. Porque, claramente, poucos leram. Apesar de isso não ser assunto meu, já que ele insiste nesse assédio doentio há tanto tempo, faço essa sugestão...


Pedro (o agressivo farsante citado acima):


Nessa sua obsessão pateta de encher o saco, você deu um fora terrível agora.

Na primeira mensagem você colou e ainda grifou eu dizendo que a vantagem do .357 em relação ao melhor .38 é balística externa, não terminal, e aí fica me enchendo o saco dizendo que eu não sei nada do assunto, que são completamente diferentes, etc. [Grifo meu em amarelo: observe-se a tentativa de aplicação de mais um engodo].

Em seguida você vai e cola outra mensagem minha dizendo outra coisa, sem ver que no parágrafo seguinte, na resposta ao Fábio da mesma época, 3 anos atrás, eu digo exatamente a mesma coisa a ele, explicando que a fonte dessa informação sobre o .357 é o FBI.

A fonte da informação é o link abaixo, que são os resultados dos testes de munição feitos na época da criação do .40S&W, feitos pela Academia do FBI de Quantico, página 11.

http://www.firearmstactical.com/pdf/fbi_10mm_notes.pdf


E ainda diz que não está aqui só para encher o saco...


C.Q.D.


Mago Invisível (eu mesmo):



Risos... "Rodou a baiana dele", postou um texto em inglês, para excluir alguns possíveis leitores, onde obviamente não está escrito que "ao atingir o corpo os dois [.357Mag e .38Spl] têm praticamente o mesmo efeito".

Ele estava falando da balística terminal e não da balística externa, é óbvio, -- basta ler o print --, e vem como o mesmo "171" de sempre, para enganar os mais simples...

O cavalheiro tem muita confiança na sua capacidade de enganar os outros, coisa que, certamente, ele não está fazendo aqui pela primeira vez... E, evidentemente, tem muita fé na concepção de que os membros desta comunidade seriam "bem menos inteligentes" do que ele... É isto o que salta aos olhos.


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Resposta a uma indagação sobre se a modelagem dos projéteis alteraria o poder de parada destes.



Se você entender poder de parada ("stopping power") como potencial de pérfuro-contundência, eu diria que sim, altera.

PAF -- projéteis de armas de fogo -- são instrumentos pérfuro-contundentes, segundo a Medicina Legal, e a forma do projétil o torna mais perfurante ou mais contundente, embora não altere a quantidade de movimento que produz as cavidades temporária e permanente.


Existem linhas de pensamento divergentes sobre balística terminal mundo afora, mas idéias autônomas apresentadas neste fórum, por enquanto, só as nossas, que eu saiba.

A frase de efeito -- bem tola e absurda, diga-se de passagem -- segundo a qual poder de parada seria um "mito" é plagiada, não é autônoma.


"Stopping power" pode ser encarado, ou como um termo técnico extraído à tese do Relative Stopping Power do general Hatcher, ou como uma expressão popular a que cada um atribui um valor diferente.

Destarte, em ambos os casos, a proposição de que "stopping power" não existe é claramente ilógica. No primeiro caso, como se poderia dizer que um número obtido através de uma equação não exista?... E, no segundo caso, como se poderia dizer que não exista algo que não foi definido?...

Uma terceira via seria buscar no conteúdo semântico do termo uma definição clara e necessária para, então, tentar refutar esse conceito, porém, de tal tentativa surgiria a noção de poder de parada como potencial de parar e, se há algo certo sobre armas e munições, é que estas podem parar pessoas.

Uma saída pela tangente: dizer-se que estatísticas da dupla de policiais Marshall e Sanow estão eivadas de vício, logo "stopping power" não existe, é um "mito"... Isto é, mais ou menos, como dizer-se que o jogador Ronaldinho, "o Fenômeno", é um farsante, logo "football" não existe, é um mito.

Este é o pior alogismo e a falácia mais antiética de todas a respeito do tema.

Primeiro, tal falácia se apóia na arrogância de alguns, inclusive médicos, contra policiais. Sucede que os policiais estudiosos sempre foram -- e continuam sendo -- as "grandes estrelas" no campo munições para armas leves. De uns tempos para cá, após os ataques do escroque estadunidense Martin Fackler, que vem a ser médico de quadro complementar do exército norte-americano, contra a dupla de policiais Marshall e Sanow, muitos começaram a defender que policiais não tinham o direito de ocupar essa posição de destaque no campo da balística, pois médicos legistas estariam mais aptos a tanto. Surgiu a linha da cavidade permanente, segundo a qual tudo se resolve, em balística terminal, pela observação dos efeitos estáticos da interação entre projétil e alvo mole. As causas físicas dos fenômenos balísticos terminais (transferência de energia e outros fatores), bem como os efeitos dinâmicos (a cavidade temporária, sobretudo) foram postos de lado e, quando alguém tenta abordar tais assuntos, é assediado com violência e obstinação. A linha da cavidade permanente traz uma marca de truculência e golpes baixos que se arrasta pelo planeta. A briga é por campo de trabalho e verba de pesquisa, e a ciência sai perdendo com isso.

Segundo, as estatísticas de Marshall e Sanow não são estatísticas de poder de parada e sim de -- incapacitação rápida, e os maiores especialistas e pesquisadores mundiais neste campo (da incapacitação rápida), que são os professores-doutores Amy e Michael Courtney, aplaudiram, em trabalho científico recente, as tabelas dos policiais.

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"Fantasia de faroeste, que me referi, é aquela do corpo da pessoa ser empurrado para trás por causa de tiro."


O corpo não é arremessado para trás quando recebe um tiro, é óbvio, mas há o efeito contundente dos projéteis que pode ser observado isoladamente através da munição não-letal de pontas de elastômero macio. O balote de borracha utilizado em controle de distúrbios tem 22 gramas de massa, ao passo em que um projétil de .45ACP pesa 15 gramas. Por outro lado, o projétil de .45 é rígido, contunde perfurando, e aplica força em área menor, tudo isto contribuindo para um maior desconforto do alvejado. Em linhas gerais, pode-se dizer que os efeitos contundentes do balote de borracha e do projétil de .45ACP num alvo humano, isoladamente considerados, são razoavelmente semelhantes.

Isto é o mais próximo que eu posso chegar de dizer que a tese principal deste tópico, uma vez decodificada e reavaliada, apesar do modo equivocado como foi apresentada, faz algum sentido...

Por outro lado, a prática e as estatísticas mostram que a associação dos efeitos perfurante e contundente em calibres como o .45ACP o tornam muito mais apto a incapacitar rapidamente que o 9mmP, por exemplo. Tal fato talvez se deva ao movimento violento de humores dentro dos corpos quando perfurados e contundidos a um só tempo por PAF, o que não ocorreria de forma tão exacerbada sem perfuração. Eis o que nos remete aos estudos sobre o choque hidrostático e a onda de pressão balística.

"Atirar em alguem não é o mesmo que dar um soco em alguem; é mais como dar uma facada [...]"


Inteiramente errado: o efeito de um tiro é muito diferente do efeito de uma facada, ou do golpe de qualquer instrumento pérfuro-cortante. Estes aplicam e transferem energia para uma porção mínima de tecido, que se rompe e permite a entrada da lâmina com o mínimo de atrito, formando a menor cavidade temporária possível.

O efeito de um tiro assemelha-se mais ao de um instrumento contundente, por exemplo, a ponta de um bastão. Se for construído um bastão com o exato mesmo diâmetro de um projétil de .45ACP e terminado também em um formato ogival, este estará apto a contundir e incapacitar com golpes de ponta, já que incapacitação indepente, obviamente, de cavidades permanentes, porém, para trespassar um corpo humano com tal instrumento, seria de mister a aplicação de muita força. Um modelo de instrumento contundente mais apto, então, a produzir efeitos semelhantes aos balísticos seria dado pelo martelo de guerra. O princípio do martelo permite impor maior velocidade à ponta contundente, pois o arco do movimento executado pela mão numa das extremidades do cabo é multiplicado na outra extremidade, onde se tem um arco muito maior de movimento. A velocidade do golpe impede que a elasticidade dos tecidos faça o seu trabalho a tempo e leve todo o corpo a recuar antes de se romper, assim, com um martelo findando em uma ponta semelhante à de um projétil de .45ACP, poderemos provocar cavidades temporárias e permanentes mais semelhantes às do efeito balístico terminal.

A vantagem do tiro com arma de fogo sobre o golpe com instrumento pérfuro-cortante está, pois, no fato de que aquele é, a um só tempo, contundente e perfurante, ou pérfuro-contundente, provocando cavidades temporárias e permanentes, fator que amplia a gama de possibilidades de incapacitação rápida.

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Dá para ver que você detém conhecimentos sobre o assunto e raciocina com lucidez.

"O conceito de stopping power pelo que entendo é a possibilidade de um determinado calibre durante um combate efetivamente parar um ataque humano com um só disparo.

A expressão "stopping power", que, infelizmente, gerou o anglicismo "poder de parada" ao invés de... potencial de parar ou coeficiente de impacto, pode ter sido cunhada pelo general norte-americano Julian Hatcher, que elaborou a teoria chamada Relative Stopping Power. Hatcher concebeu uma fórmula matemática que leva em conta massa, velocidade e diâmetro do projétil e que resulta em um número de validade comparativa. Essa mesma fórmula foi modificada pelo tenente-coronel fuzileiro "Jeff" Cooper, o homem que mais modificou o cenário mundial de armas leves no século XX, depois do John Browning. Mais recentemente, Chuck Taylor criou também a sua versão da fórmula. O que importa precipuamente no conceito de poder de parada ("stopping power") é saber que este corresponde a um valor numérico atribuído a um potencial, e não a resultados, logo não pode ser alvo de estatística. O poder de parada resulta de causas físicas, nada tendo a ver com matemática pura (estatística) e muito menos com fisiologia. O que se relaciona à fisiologia é a incapacitação rápida, que, por ser um resultado, pode também ser alvo de estatística.

As tabelas dos policiais Marshall e Sanow foram recentemente aplaudidas por cientistas do MIT - Massachusetts Institute of Technology e de Harvard no trabalho chamado "The Ballistic Pressure Wave Theory of Handgun Bullet Incapacitation". Eu de mim, por outro lado, nunca usei essas tabelas, e posso garantir uma coisa: elas não são tabelas de poder de parada ("stopping power") e sim de incapacitação rápida e atacá-las para dizer que não existe poder de parada, uma sustentação que todos já confessam ser absurda, consiste numa falácia grosseiríssima que parece vinculada a interesses ainda não revelados.

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Um chiste infame que eu mesmo fiz.


A quem deseje saber se um tiro de 12 ga é suficiente para levá-lo ao solo ou não, eu sugeriria o seguinte experimento.

Junte os pés completamente, mantenha as pernas bem esticadas e a coluna perfeitamente ereta, empunhe a sua espingarda calibre dose apoiando-a no ombro e dispare...

Se você não cair para trás, parabéns: está pronto para receber um tiro de 12 ga no peito à queima-roupa sem se desequilibrar e cair; em caso contrário, tome ciência da natureza e da extensão do empuxo [específico] que o derrubou.