Tópico sugerido pelo atual moderador Delgado na comunidade deste blog.



A Beretta PX4 “Storm” é uma pistola semiautomática de ação dupla herdeira da PB 92 e diretamente baseada na série 8000 "Cougar" da Beretta, com um cano de trancamento rotativo e uma armação em polímero que incorpora novidades funcionais. Há versões "full size" e subcompactas em três calibres: 9mm PARA, .40S&W e .45 ACP.

O cano rotativo, medindo os mesmos 102mm da minha velha PT57 SC, visa a reduzir e tornar mais macio o recuo. Num fórum estrangeiro sobre a arma, lembro de ter visto alguém comentar que recuo é algo subjetivo, uma observação, em certa medida, correta e muito oportuna. Entretanto, as avaliações gerais, inclusive a do atirador mencionado, são no sentido de um resultado positivo do sistema incorporado a essa arma de gatilho leve já bem conhecido com mecanismo desarmador do cão (“decocker”) ambidestro.

A pistola tem sido reputada, ainda, como excepcionalmente precisa. No vídeo abaixo, sobre a versão subcompacta em 9mm PARA da PB PX4 o conhecedor que faz a análise da arma comenta algo interessante. Pela primeira vez, vejo alguém que soa como um experto deixar uma pistola dessa família semi-engatilhada (“half-cocked”) e travada como eu mesmo faço. Quem me ensinou a deixar a pistola semi-engatilhada, o Sgt. PM RR Juvenil, o famoso “Venica”, do 7º. BPMERJ, guardava a dele na cintura nesta posição, para prevenir o disparo com a queda, e destravada, coisa que eu nunca me arriscaria a fazer.

O sistema a que chamam “three dots” já se via nas versões antigas da PB 92 fabricadas no Brasil pela Beretta e, em seguida, pela Taurus, em geral, com dois pontos brancos na alça e um vermelho na massa. Na PB PX4 “Storm” foi incorporado esse sistema, porém a tinta usada nos pontos é luminescente (possivelmente fosforecente, i.e., com luminescência à base de fósforo). Há um descanso côncavo para o dedo sobre a armação de ambos os lados.

Base e trancamento do cano rotativo.




O projeto da PB PX4 “Storm”, a meu ver, não deixa de ser ortodoxo: a ação é a mesma da PB 92 e derivadas, e mesmo o cano rotativo já fora visto na série 8000 "Cougar" da Beretta em que se baseia imediatamente a Storm. A tendência geral dos projetos atuais que vingam parece ser inequivocamente a de conjugar o clássico ao novo na medida do possível, pois não há outra forma de garantir confiabilidade ao consumidor hodierno, cada vez mais exigente. Assim, novos sistemas vão sendo incorporados a armas já muito testadas para, paulatinamente, serem aprovados ou não.