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Vídeo 1
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O vídeo acima é parte de um documentário que está sendo repetido no History Channel -- eu já vi três vezes – e certamente vai "fazer a cabeça" de muita gente, pois mostra, em diversos momentos, o poder de um atirador de elite até que ponto chega.
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São histórias reais impagáveis que apenas pecam, ao meu ver, por serem regadas a um tipo de nacionalismo estadunidense anti-árabe muito planfetário e parcial, e este é um comentário que preciso fazer ao citar tal documentário, porém não necessariamente sendo eu também planfletário.
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No vídeo em questão, o atirador de elite Estevão [Steve] Reichert aparece mais uma vez, porém não são narradas histórias de combate desta feita. O vídeo traz um teste da munição MK 211 "Raufoss" que Estevão utilizou no Afeganistão em seu rifle de escolha, um Barret M82A3. O atirador diz que nunca havia visto nenhum teste do gênero com essa munição.
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Os projéteis da Raufoss são, tecnicamente, granadas, pois levam cargas internas de arrebatamento, e não balas, ou projéteis cinéticos. As cargas internas da MK 211 são de duas espécies: uma incendiária e a outra explosiva. Munições incendiárias começaram a ser empregadas em combate durante a 2ªGG e são especialmente úteis, na função antimaterial, para danificar computadores e circuitos internos de veículos e instalações após atravessaram blindagens e paredes.
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Como se vê na imagem seguinte, a mistura incendiária fica alocada bem na extremidade da ponta, sob a camisa de cobre, na mesma posição ocupada pelo ar nas munições do tipo "match" (de competição). Em seguida, vem uma cápsula frágil de aço, com paredes finas projetadas para romperem-se, e preenchida, na primeira porção, com um alto explosivo: RDX Comp A4. Na porção seguinte, a cápsula frágil de aço é preenchida com zircônio em pó e um penetrador cinético ("kinetic penetrator") de tungstênico.
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Creio que as granadas MK 211 se classifiquem na doutrina militar dos EEUU e na nossa como AEI – alto explosivo incendiário, pois são pensadas para perfurar paredes de veículos e instalações e, então, explodirem. Com efeito, a legalidade do emprego antipessoal de tais granadas já foi bastante questionado. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha foi um dos órgãos que pugnou pelo banimento da munição, uma vez que a adoção desta agrida frontalmente a Declaração de São Petesburgo, de 1868, porém, a MK 211 continua em uso.
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Comenta-se que a energia liberada pelo projétil esteja no mesmo patamar da energia carregada num projétil cinético de 20mm. Em cenas do documentário, como as que são vistas no vídeo abaixo e que os estadunidenses tratam como dramatizações precisas de fatos reais, pessoas alvejadas com a munição .50 BMG "Raufoss" são erguidas do solo com ambas as pernas e lançadas para trás.
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O teste que o vídeo acima traz mostra que a munição é capaz de perfurar uma parede de alvenaria, vindo a atingir mais de um alvo humano. Isso provaria que o sniper Estevão Reichert pode ter realmente ferido de morte com um só disparo dado a uma milha (1.609 km) de distância três combatentes iraquianos atrás de uma parede semelhante, como visto aos 6:20 minutos do vídeo seguinte, extraído do mesmo documentário.
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Vídeo 2
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